Campanhas Eleitorais e o Prejuízo para o País

Autor: Moacir Pereira

Estamos iniciando no Brasil mais um processo eleitoral com as eleições municipais, onde prefeitos e vereadores serão eleitos em todo o país. Este evento, que deveria ser um exercício democrático saudável, acaba trazendo uma série de prejuízos para o país. Além dos gastos absurdos do fundo eleitoral, que consome dinheiro público, há uma inatividade preocupante das instituições.

Todos param suas atividades para focar nas eleições, e não se engane: essa paralisação não ocorre apenas no âmbito municipal. A Câmara dos Deputados e o Senado ficam esvaziados para que deputados e senadores possam focar em seus redutos eleitorais Brasil afora, seja se candidatando a um cargo ou apoiando seus comparsas. E quem paga a conta? Sempre o cidadão trabalhador brasileiro.

O Fardo Financeiro das Campanhas Eleitorais

Em 2024, o valor destinado ao Fundo Eleitoral no Brasil foi de aproximadamente R$ 4,9 bilhões. Este dinheiro, que sai dos cofres públicos, é distribuído entre os partidos para financiar as campanhas eleitorais. No entanto, a utilização desse fundo é amplamente criticada, pois em um país com tantas necessidades básicas não atendidas, o uso de bilhões de reais para campanhas eleitorais soa como um verdadeiro disparate.

Os críticos apontam que esses recursos poderiam ser melhor empregados em áreas como saúde, educação e infraestrutura. Em vez disso, são canalizados para financiar uma máquina eleitoral que, muitas vezes, perpetua as mesmas figuras políticas que há anos ocupam cargos públicos sem trazer melhorias significativas para a população.

A Paralisação das Instituições

Outro impacto negativo das campanhas eleitorais é a paralisação das atividades legislativas. Durante o período eleitoral, é comum ver câmaras municipais, estaduais e federais praticamente vazias. Deputados e senadores deixam suas funções legislativas de lado para se dedicar às campanhas eleitorais. Esse desvio de foco resulta em uma queda na produtividade legislativa e em atrasos na votação de projetos importantes.

Um exemplo claro disso é o Projeto de Lei Complementar (PLP) 42, que busca regulamentar a aposentadoria especial. Este projeto, que é vital para muitos trabalhadores brasileiros, fica estagnado enquanto nossos legisladores se concentram nas eleições. A inatividade legislativa não apenas atrasa a aprovação de leis importantes, mas também prejudica a fiscalização do Executivo e a discussão de políticas públicas essenciais para o país.

A Conta para o Cidadão

No final, quem paga a conta é sempre o cidadão. O trabalhador brasileiro vê seus impostos serem usados para financiar campanhas eleitorais enquanto os serviços públicos de qualidade que ele tanto necessita ficam em segundo plano. Além disso, a paralisia legislativa durante o período eleitoral impede que novos projetos de lei sejam debatidos e aprovados, prejudicando ainda mais a população.

É essencial que haja uma reforma no sistema eleitoral brasileiro que diminua os gastos públicos com campanhas e garanta que as atividades legislativas não sejam interrompidas durante o período eleitoral. Apenas assim poderemos assegurar que nossos recursos sejam usados de forma eficiente e que nossos representantes continuem trabalhando em prol do bem-estar da população, independentemente do calendário eleitoral.

Em suma, as campanhas eleitorais no Brasil, além de representarem um gasto exorbitante de dinheiro público, causam uma inatividade nas instituições que compromete o funcionamento do país. É imperativo que haja uma reflexão profunda sobre o modelo eleitoral atual e sobre como podemos minimizar seus impactos negativos, garantindo que o verdadeiro vencedor desse processo seja o povo brasileiro.

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